A postagem dessa vez será um pouco diferente, será uma indicação de leitura. Durante um dia de viagem para atender minha necessidade de solidão e descanso, comprei o livro “Felicidade: Modos de usar”, escrito por Cortella, Karnal e Pondé. Este livro foi comentado durante uma aula da especialização que estou fazendo e me surpreendi ao concluir a leitura em uma noite e uma manhã. Leitura leve e cheia de boas reflexões e pensamentos que já fazem parte do meu modo de ver e viver a vida, mas não custa relembrar através de bons escritores.
O livro é a compilação de uma palestra que os três grandes pensadores fizeram em um anfiteatro lotado e no prefácio escrito por Clóvis de Barros Filho fica declarada à ideia de que estes três conseguem arrastar o conhecimento para fora do campo acadêmico, e o quanto isso é importante para nosso mundo! Com muita delicadeza conseguem transmitir conteúdos filosóficos para nosso senso comum, e isso é lindo!
Um dos pensamentos mais brilhantes apresentados neste livro, ao meu ver, é sobre passar por momentos de dor, tristeza, perdas e etc. Pois somente conseguimos entender o que é a felicidade se pudermos sentir o oposto dela em algum momento e entender que a tal felicidade não é um horizonte a ser alcançado, muito menos um estado permanente e constante na vida.
“É impossível ser feliz se você não experimentar a misericórdia, se você não experimentar a possibilidade de perdoar pessoas, e se você não experimentar a possibilidade de ser perdoado por pessoas. Portanto, à felicidade não é possível se você não tiver consciência de que tem culpa e muita coisa e de que faz muita coisa errada.”
Luiz Felipe Pondé
Para poder sentir a felicidade precisamos aprender a ter consciência dos nossos sentimentos, sejam eles bons ou ruins. Essa frase do Pondé tira o romantismo de somente buscar a felicidade como se fosse um pote de ouro ao final do arco íris. Que possamos viver a vida tal como ela é, cheia de desafios, e no meio deles poder sentir verdadeiramente o alívio de pequenos momentos de felicidade ou até de intensa felicidade, caso assim for, como diz Cortella em um trecho, ser um momento de “vibração intensa da vida, no qual você se coloca, inclusive com a compreensão de que naquele momento já poderia morrer! Não queria mas poderia!”.