A Atenção Plena é considerada um dos ingredientes para desenvolvermos a autocompaixão. Para conseguirmos dar compaixão a nós mesmos, primeiro precisamos reconhecer nosso sofrimento. Se não conseguimos sequer identificar o que estamos sentindo, como é que poderemos agir em busca de alívio ou melhora? Essa tal Autocompaixão, significa conseguir agir com bondade e gentileza consigo diante de qualquer situação considerada como falha, fracasso ou sofrimento.
Agir de forma plenamente atenta nestes casos envolve ter uma visão clara e sem julgamento, que aceita o que está acontecendo no momento presente, ou seja, ver as coisas como elas realmente são, sem colocar lente de aumento ou minimizar os fatos. Quando cometemos algum erro nossa mente fica completamente absorvida por essa falha e acabamos não conseguindo ver as coisas a partir da perspectiva de que aquilo está causando sofrimento e muito menos agir com autocompaixão diante disso. Temos a tendência “maravilhosa” de sermos extremamente duros conosco quando algo não sai como gostaríamos, mesmo que não seja nossa culpa.
Precisamos aprender a cuidar do nosso sofrimento, afinal, não fazer isso nos mantém com a sensação de estresse e preocupação, já que estamos dedicando nossa atenção para tentar corrigir questões externas e ficando exaustos por isso e não nos cuidando internamente para conseguir enfrentar melhor tudo isso. Tudo bem que, enquanto seres humanos temos uma tendência natural de fugir de qualquer dor e sofrimento, por isso tendemos a fugir de nossas emoções negativas também, e quando fazemos este movimento acabamos não vendo as coisas corretamente, ficamos perdidos em meio à uma salada de pensamentos e sentimentos.
A Atenção Plena neste momento ajuda a ver e entender as coisas à nossa volta de maneira mais equilibrada, sem distorções, o que nos auxilia a não sofrer de forma desnecessária. Em outras palavras: “perceber a dor, sem exagerar!”
Por que essa Atenção Plena é importante? Porque assim percebemos que pensamentos são só pensamentos. Que o passado não existe mais, restam somente as memórias, e o futuro também não existe, temos somente a imaginação. Isso ajuda a focar no único momento que realmente podemos fazer algo: aqui e agora!
Gostei muito deste trecho do livro “Autocompaixão: Pare de se torturar e deixe a insegurança para trás” de Kristin Neff, em que define a Atenção Plena como uma “incrível liberdade, porque significa que não temos que acreditar em cada pensamento ou emoção como sendo real e verdadeiro. Em vez disso, podemos ver que os diferentes pensamentos e emoções surgem e desaparecem, e podemos decidir em quais vale à pena prestar atenção”.
Quando aprendemos que podemos ter este domínio sobre à escolha de como queremos agir, passamos a não ter mais tantas reações impulsivas em nossas relações. Através da Atenção Plena aprendemos que podemos ter um breve espaço necessário para respirar antes de responder, evitando assim aumentar os danos sofridos.
Por fim, para nos auxiliar no processo de desenvolvimento da Atenção Plena, precisamos entender que resistir à dor não ajuda em nada, afinal é exatamente isso que causa o sofrimento: quanto mais resistimos, mais sofremos. Aceitar o que está acontecendo mesmo que seja desagradável.
Agora faz todo sentido a frase que diz que “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional!”.
Me conte o que acha desta afirmação!