Nossa sociedade nos estimula a viver de forma autêntica, mas não nos permite viver como queremos, mesmo se não estivermos felizes com o que temos. Por muito tempo eu também acreditei que vulnerabilidade era sinônimo de fraqueza, falha, problema ou algo a ser combatido. Somente depois de aprofundar em alguns estudos pude perceber que aprendemos totalmente errado. Ao rejeitarmos a vulnerabilidade, estamos rejeitando nossas emoções de amor, aceitação e alegria. Já falei isso em outros textos de que somos ensinados de que as emoções negativas não podem ser sentidas e vividas, o que é uma grande mentira, pois elas são extremamente importantes para vivenciarmos a vulnerabilidade de forma honesta. Ou seja, viver à vulnerabilidade é poder estar em contato direto com nossas emoções negativas.
Aprendemos que devemos esperar estar completamente prontos para poder dar o passo inicial para algo, mas essa postura nos coloca na posição de paralisia, de não fazer nada, e por que fazemos isso? Não damos o primeiro passo em direção ao desconhecido por medo de errar, de falhar, afinal somos estimulados a mostrar somente aquilo que deu certo ou que foi bom. Conseguir expor aquilo que produzimos ou sentimos é uma vivência total de vulnerabilidade, pois estamos tendo a coragem de mostrar sem fazer a associação com a ideia de rejeição. Estamos conseguindo sobrepor à “cultura da escassez” que vivemos, onde todos os olhares se voltam para aquilo que não está bom, ou que está faltando, e não nunca sendo bom o suficiente. E para construirmos boas relações, baseadas em honestidade e conexão, precisamos ser corajosos o suficiente para demonstrar nossa vulnerabilidade. É ela que nos conecta com o outro, mas por termos muito medo disso, queremos caminhar em outra direção que não seja de se expor verdadeiramente.
Se não nos mostramos vulneráveis, acabamos nos impondo uma armadura e temos a falsa sensação de que ela irá nos “proteger”, porém na verdade ela acaba nos impedindo de sentir amor, pertencimento e alegria. Estas são as consequencias boas de conseguir se mostrar vulnerável, e como somos seres humanos neurologicamente programados para buscar isso, então precisamos desmistificar que ser vulnerável é algo ruim. Se queremos uma sociedade mais empática, confiante, que promova inclusão e até mais criativa e com inovação, precisamos aprender que isso acontecerá através do contato com à vulnerabilidade, afinal quem não tem tolerância à frustração não conseguirá se arriscar na direção de uma inovação!
Então vamos desmistificar:
Vulnerabilidade não é fraqueza
Não existe coragem sem vulnerabilidade
Vulnerabilidade é para todos
Vulnerabilidade se conquista através da relação com os outros
Confiança e vulnerabilidade andam juntas e vão se acumulando
Enfim, não é nada fácil ser vulnerável. Envolve sentir muita coisa desagradável, mas posso garantir… vale à pena! Pois através dela tenho criado as melhores relações, as mais verdadeiras, as mais conectadas. Ser vulnerável é difícil, mas vale muito a pena ser corajoso!
Para quem quiser uma experiência maior com o tema, indico a palestra na Netflix “Um chamado à coragem” de Brené Brown.
Não se esqueça de se cadastrar na nossa newsletter, com seu e-mail, para receber um aviso toda vez que for publicado um texto aqui no blog!
Até!