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Qual a ligação entre autocompaixão e resiliência?

Você pode estar pensando que estes dois termos não combinam, mas neste texto vou te mostrar que eles precisam andar juntos! Já comentei em outro texto aqui (“Sobre momentos difíceis e resiliência”) que o termo Resiliência vem emprestado das ciências naturais onde avalia a capacidade de um corpo suportar tensões e transformações. No sentido das emoções, resiliência é a capacidade de nos reorganizarmos emocionalmente após enfrentar algum momento de dor significativa. Também te contei que a autocompaixão é uma ferramenta maravilhosa para nos ajudar a lidar com essas emoções difíceis, pois é através dela que podemos nos libertar da necessidade da reatividade emocional, ou seja, não precisamos negar ou reagir intensamente a todas as emoções, algumas delas, mesmo desagradáveis, nós precisamos sentir.


O cérebro humano tem a tendência natural de fixar a atenção na negatividade, mesmo diante da mais bela flor, tendemos a reclamar que ela tem espinhos! Nossa mente se agarra aos pensamentos negativos e os repete como um toca-discos quebrado. Esse movimento chamamos de “ruminação” – igual à forma de alimentação e digestão da vaca. Mas é a melhor palavra para descrever uma forma de pensar incontrolável, invasiva e super recorrente! Mas essa forma de pensar nada mais é do que uma maneira que achamos para tentar nos sentirmos mais seguros, embora ela não seja nada producente…


E como fazemos então para sair dessa ruminação de pensamentos negativos, ligados ao passado ou ao futuro? Neste momento, entra em cena a autocompaixão. Pesquisas mostram que pessoas autocompassivas tendem a ter menos emoções negativas como medo, irritabilidade, hostilidade e angústia, e isso não significa que pessoas assim não sintam essas emoções, na verdade elas sentem, porém com uma frequência menor e com uma duração mais curta. Isso acontece porque quem está mais habituado a ser autocompassivo, tende a ruminar menos qualquer tipo de pensamento ou emoção, porque as emoções e pensamentos negativos são autorizados a aparecer e sumir sem resistência,
e, portanto, deixa a vida fluir mais tranquilamente.


Sabe quando começamos a sentir um certo medo antes de uma grande mudança nos seus horários, achando que você não irá dar conta de fazer tudo o que precisa, e ao invés de aceitar o medo e o desconforto, você fica ruminando que não pode sentir esse medo, afinal foi você quem quis entrar nessa! E quanto mais você se pega neste pensamento de que não pode, mais medo e mais angústia você sente!
Uma atitude de resiliência e autocompaixão neste caso será você reconhecer seu medo, entender que ele faz parte do processo natural da vida, principalmente diante de mudanças do qual você gostaria de ter o controle, mas é impossível controlar. Aceitar a emoção abre as portas para poder enxergar novas possibilidades e deixar as coisas mais leves.
Meus pacientes já conhecem um brinquedinho que eu utilizo para ilustrar situações como essa que eu trouxe acima. É uma armadilha de dedo! Veja neste vídeo abaixo!

Se você entende que a vida é feita de emoções boas e ruins e quando algo bom acontece você consegue vivenciar por inteiro e vibrar, assim como quando algo ruim acontece, você consegue se deixar sentir e perceber que isso pode passar, então você tem uma boa capacidade de resiliência, e para poder enfrentar de maneira mais leve essas tais emoções difíceis, te convido a desenvolver a autocompaixão!

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