Você já deve ter ouvido falar sobre trabalho voluntário, afinal o mundo atual fala bastante
sobre o “terceiro setor”, que é constituído por organizações sem fins lucrativos e não
governamentais. Essas organizações tanto podem ter funcionários remunerados, quanto
podem sobreviver da dedicação de pessoas da sociedade civil que desejam dedicar seu
tempo e suas habilidades para aquela causa sem nenhuma remuneração.
O trabalho voluntário também é incentivado dentro das universidades como mais um campo
de aprendizado para os alunos, não envolvendo somente o conteúdo teórico de sala de
aula, mas desenvolvendo também as habilidades de interação, convivência, comunicação e
convívio com as diversidades.
Esse trabalho sendo realizado de maneira adequada e consciente, pode gerar sensações
positivas de bem estar, proporcionando assim um cuidado com a saúde mental. Afinal,
dedicamos um tempo e energia para uma causa da qual acreditamos, para uma instituição
da qual confiamos e vemos o impacto positivo causado na vida daqueles que necessitam
daquele serviço. Isso ocorre na minha família com naturalidade desde que eu era pequena.
Crescemos vendo meus pais se dedicarem aos seus trabalhos regulares e também aos
trabalhos voluntários. Me recordo com alegria de ajudar a cuidar de crianças da creche,
enquanto eu ainda era uma criança também! E quanta sensação boa me gerou e ainda me
gera poder participar de eventos, angariar fundos, promover ações para que estes trabalhos
voluntários que meus pais nos apresentaram não pereçam.
Poderíamos pensar que deveria ser obrigação do governo, ou de qualquer outra pessoa
tomar conta de certas entidades, mas sabemos que o governo poderá demorar muito para
trazer essa ajuda, ou até nem proporcionar. Assumir nossa parcela de responsabilidade
enquanto seres humanos, pelo cuidado de outros seres humanos é algo inerente a nossa
humanidade. Vivemos em comunidade e sabemos como cuidar uns dos outros.
Claro que como todas as coisas da vida, o voluntariado também tem suas críticas. Existem
aqueles que agem de má fé e exploram pessoas. Outros que se sentem obrigados a
realizar o trabalho voluntário, como um dever moral, e o não cumprimento disso gera
sensação de culpa. E em outros casos, mesmo sendo um trabalho voluntário, a dedicação
intensa também pode gerar alto nível de estresse e chegar a situações de burnout.
Por isso retomo a afirmação de que o envolvimento com um trabalho voluntário precisa ser
feito de maneira adequada e consciente. Adequada pois precisa ser feito em organizações
que sejam conhecidas, seguras e de confiança. E consciente pois precisamos reconhecer o
que queremos com esse trabalho e o que estamos dispostos a fazer nele e delimitar nossos
limites. Já passei por momentos de vida em que a minha dedicação era muito mais intensa
do que hoje, mas reconheço que nesse momento da minha vida esse é o melhor que tenho
a oferecer, em outros momentos voltarei a oferecer mais.
Mesmo não estando completamente envolvida com o voluntariado hoje em dia, o pouco que
me dedico tem sido suficiente para provocar bons sentimentos e preencher meu coração de
alegria! Dizem em algumas pesquisas que trabalhadores voluntários têm uma saúde física e
mental elevada e consequentemente um risco de mortalidade reduzido. Se as pesquisas
estão completamente corretas eu não sei, mas me motivam a continuar nesse caminho!
Convido você a fazer uma experiência nesse campo do voluntariado também e veja os
benefícios disso na sua saúde mental!